quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Palestra do saudoso Prof. Cláudio Ulpiano sobre o sistema de pensamento construído por Espinoza.

Em síntese, Espinoza ao pensar em Deus, rompe com a teologia tradicional. Ele identifica Deus na natureza, abandonando o criacionismo e abordando um aspecto de produção. Deus seria aquilo que produz tudo o que existe.

O conceito de liberdade também é relevante: livre é o ser que não tem sobre si nenhum constrangimento.

Os constrangimentos são diversos, presenciados por todos que participam de um convívio social, e por isso, inerentes ao ser social.

Dessa forma, “Deus é livre porque não é constrangido por nada”.

Ele é a força etérea única, o ser Ideal, e está em uma categoria diferente da dos homens.

Falando assim é até óbvio, mas deixei isso claro porque a abordagem de Espinoza separa claramente os homens de Deus.

Já os homens, necessariamente são constrangidos por forças externas a eles, portanto não são livres. Sua liberdade estaria condicionada a possibilidade do homem ser causa ativa de suas próprias ações, desvencilhar das forças externas.

Nesses exatos termos, diz Albert Einstein:

"Não creio, no sentido filosófico do termo, na liberdade do homem. Todos agem não apenas sob um constrangimento exterior mas também de acordo com uma necessidade interior."

Estaria então o homem sempre preso a uma convicção, a uma força externa que o impediria de alcançar a liberdade plena.

Afinal, o homem realmente almeja a liberdade plena?


No segundo vídeo, Ulpiano fala dos gêneros do conhecimento, que são três:

A consciência é o resultado do encontro de outros corpos na natureza, das marcas, signos ou símbolos resultantes desse encontro. São as forças externas que, nesse caso, determinam o que o homem é, e dessa forma, o homem como reflexo de sua consciência é escravo dela.

A razão é a capacidade do sujeito humano de conhecer aquilo que está de fora, sendo algo além do resultado do encontro das forças externas.

O terceiro gênero é a ciência intuitiva, o poder de invenção e de rigor do sujeito humano: conhece aquilo que é externo a ele, com a capacidade de desenvolver e criar.

Então o conhecimento é a soma da consciência - dos efeitos dos encontros de outros corpos -, da razão - enquanto capacidade de entender o que é externo ao ser humano - e da sua reflexão sobre sua ciência intuitiva, na medida da possibilidade de absorver as duas classes anteriores (consciência e razão) e progredir.

Um comentário:

  1. Olá Laiane.
    O episódio do sansão e dalila já está disponível pra download ok.
    Peço desculpas pela demora em postar pois tava sem acesso a net...

    http://www.blackbookdopina.net/2011/01/download-sansao-e-dalila-rede-record.html

    Grande Abraço!

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