terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O que queremos?

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É uma pergunta que pode ser respondida num modo utilitarista, imediatista. Agora eu quero ver um filme.
Mas a pergunta pode soar de forma menos superficial e mais sensitiva.
O que eu quero?
Isso eu não consigo responder. Ao menos, não agora.

Eu quero ser feliz.
De fato, é possível que todos queiramos isso. Mas o que fazemos para tornar isso possível?
Qual o caminho que devemos trilhar?
A nossa felicidade depende da felicidade de outrem ou não?
Eu me sinto feliz fazendo outro feliz, ou somente agindo por mim mesmo obterei a felicidade? Ou mesmo se me torna feliz fazendo aquilo que eu quero, eu ainda me sentiria feliz se dessa vontade resultasse naquilo que afetasse negativamente outrem, importando-lhe um mal?
Conta se tal felicidade for momentânea, ou ela tem de durar o quão necessário for para eu sentir-me satisfeito?
E daí seguem diversos questionamentos, dos quais poderia divagar por horas, sem entretanto lograr respondê-los.

O que pode ser exigido, pedido de mim, de tal forma que posso exigi-lo também das outras pessoas para sentir-me bem? É correto encarar essa relaçao com reciprocidade? A minha satisfaçao deve depender daquilo que peço de você, de tal forma que é também aquilo que você exigiu de mim e nessa equação tão fantatiscamente exata chegarmos a um senso de satisfaçao entorpecente e aliviadora, podendo ser grosseiramente denominada felicidade?

Porque não contarmos apenas com a praticidade do acaso? Ele tudo responde, tudo resolve. "Acontece pois teve de acontecer" não deveria bastar como justificativa para tudo?

Acredito que as atitudes estão sempre concatenadas e, ou são ou serão consequência/ reflexo de alguma coisa.
É também muito fácil pensar dessa forma, mas complexo se torna quando aprofundamos na questão: "consequência de qual ato"?
Não controlamos o amanhã, sequer o hoje, pois nada depende apenas de nós para acontecer.
Não somos donos de nada, nem das pessoas, nem de nós mesmos.
"Possuir" é um conceito lapidado por nós mesmos, fomentados pela incansável necessidade de "ter", que sempre atropela o "ser".

E é incrível que "ao possuir as coisas", com o tempo elas acabarão "te possuindo".
O reflexo do jargão Nietszchiano: "Olhe para dentro do abismo e ele olhará para dentro de você"

É esta a coincidência que realmente existe.
O reflexo. A consequência.
Nós.
Uma piada.