segunda-feira, 24 de abril de 2006

Devaneio maculado de tanta profundidade

Sei que serei esquecida
Assim é a lei da vida
Um sonho doce e profundo
Dura apenas um segundo
Amor, paixão e amizade
Doidos sonhos se realizarão
E restam apenas saudades
Soluções de um só coração"

Uma amiga escreveu isso, há 12 anos atrás, quando ela brigou com a sua melhor amiga. Nenhum dos sujeitos se refere a minha pessoa, mas este poema chegou até mim, por razões que não interessam para o momento*.

Hoje meu ser foi preenchido por uma angústia. É como se eu tivesse perdido alguma coisa.
Mas o que afinal perdi?
Perde-se coisas das quais possuo propriedade, minhas coisas.
Se não são minhas, portanto não as perdi, simplesmente porque nunca fui dona delas. E se foram perdidas, é porque jamais eram para ser minhas.
(um pensamento que conforta)

Mas não sei, lembrei desse poema e imediatamente a imagem do meu avatar**, com esses efeitos, me voltou a mente.
Doeu mentalizar essa imagem e esses versos, misteriosamente foram reflexo de tudo o que eu senti na hora.
Ela grita por que está pressionada por suas próprias exigências Ela grita porque algo foi-lhe arrancado.
Talvez algo do qual sentirá muita saudade
Talvez por uma lembrança que, voltada a tona depois de tanto tempo, doeu.
Talvez uma simples realidade fantasiada de estigma.
Ela grita por não conseguir ser perfeita o bastante para as pessoas importantes que estão a sua volta.
Não suprir às expectativas é um pensamento que aprisiona.
Enfim, ainda não encontrei o que perdi, muito menos sei se o que foi perdido, era meu ou eu sempe achei que fosse.

Como dizia o bom e velho Iron:
"Fly, on your way, like an eagle. Fly as right, as the sun"
Voarei tão alto quanto o sol...




* Nos tempos de escola, o que antes era tido como ensino fundamental, algumas meninas da minha classe tinham o costume de comprar um pequeno caderno, enfeitá-lo com adornos infantis dos mais graciosos, e passá-lo, de menina para menina, para que cada uma inserisse um poema - não importasse também o quão juvenil fosse. Não me recordo de ter escrito nada romântico, e também não me lembro do meu caderno sendo o mais requisitado.

** Divagações à parte, a imagem trata-se de Vibeke Stene, ex-vocalista da banda norueguesa Tristania, a qual sou fã.