sábado, 5 de agosto de 2006

O Grito

O grito é a libertação metafórica de tudo aquilo que nos limita.
Cuspir as dores, externalizar o que está contido.
Libertar os demônios aprisionados.

A liberdade é em si utópica, por que por mais que você seja livre totalmente, se prenderá algum dia a idéia obssessiva de sua própria liberdade, voltando ao status quo ante.

Mas gritar alto - arranhando a garganta - é como se todo o ressentimento e frustração fossem liberados de forma agressiva, gerando uma sensação de satisfação e alívio contrária ao choro, que geralmente nos leva a angústia.

Porque precisamos fazer coisas que não queremos fazer?
Simplesmente porque temos de fazer?

Ganhamos uma paz utópica, uma liberdade utópica e um mundinho utópico.
Somos malucos!
Somos tão rigorosos com nós mesmos sobre alguns comportamentos que envolvem ética, moral e religião, e, em outro ambiente onde nem precisamos mostrar nada a ninguém, ligamos o botão do fodas e fazemos aquilo que esteve guardado lá no fundinho da consicência... aquela idéia maluca e perversa, e hum... deliciosa!

Por isso eu grito - ao menos tento.
Porque somos loucos... somos o fruto de nossa propria loucura e todos os dias, graças a nós, enlouquecemos ainda mais!