domingo, 26 de dezembro de 2010

Nosce te Ipsum

"A humanização da natureza deriva da necessidade de pôr fim à perplexidade e ao desamparo do homem frente a suas forças temíveis, de entrar em relação com elas e, finalmente, de influenciá-las. (…) O homem primitivo não tem escolha, não dispõe de outra maneira de pensar. É-lhe natural, algo inato, por assim dizer, projetar exteriormente sua existência para o mundo e encarar todo acontecimento que observa como manifestação de seres que, no fundo, são semelhantes a ele próprio."

Sigmund Freud


O ápice da iluminação se dará a partir do momento que nos conhecermos, a nós mesmos.
A Bílbia mesmo nos ensina - e não sou decoradora de versículos - que existe um Deus em cada um de nós. Ao conhecermos profundamente nós mesmos, refletindo e aceitando todas as nossas dimensões, estaríamos conhecendo um pouco mais de Deus.
Daí a onipresença de um ser divino: ele reside em cada um de nós.
Somos nós mesmos que nos repreendemos, que nos açoitamos, erramos e que nos moralizamos ao projetarmos nossa existência para o mundo exterior.
É bem provável que lograríamos um sucesso maior se fizéssemos exatamente o inverso.
Essa projeção enfrenta tantas outras projeções, crenças e simbologismos, que nos afasta cada vez mais da idéia de que somos apenas nós, e mais ninguém.
Nossos temores são projeções, frutos de nós mesmos; sementes que são alimentadas até que fogem do nosso controle. Fogem do nosso conhecimento e voltamos então a mergulhar nas trevas, a retornar para dentro da caverna.
No fim, precisamos nos voltar a nós mesmos primando sempre pela compreensão do aforismo grego " nosce te ipsum".
Compreensão de que essas palavras são absolutas.

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